domingo, 17 de agosto de 2008

Um terço dos candidatos cariocas responde por agressão à mulher


Um em cada três candidatos cariocas responde a pelo menos uma ação por crime de violência contra a mulher, segundo levantamento do Ministério Público Eleitoral. A pesquisa também detectou que 40% dos candidatos a prefeito e vereador, pelo menos, possuem registros em sua ficha criminal.
Benedita da Silva, ex-ministra de Assistência Social e chefe da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, ficou surpresa com a notícia.
"Esse dado é assustador. Afinal, estamos falando de pessoas que vão representar o povo. É lamentável que ainda tenhamos um número tão grande de homens comprometidos com este tipo de violência", afirmou.
A diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher (DPAM), delegada Inamara Pereira, também se assustou com os números.
"Como políticos, esses homens deveriam dar exemplo. Deveriam ser pessoas íntegras, e os exemplos de integridade devem começar dentro de casa", destacou. Segundo ela, "os dados mostram que a violência contra a mulher é a prática criminal mais democrática de todas, porque atinge cidadãs de todas as classes sociais, sem distinção", disse.
O Rio de Janeiro ocupa a sétima posição no ranking de chamadas para a Central de Atendimento à Mulher. Distrito Federal está na primeira posição, com 132,8 atendimentos para cada 50 mil mulheres, São Paulo aparece em segundo lugar, com 96,4. Pará aparece logo depois, com 79,5 chamados. O Rio de Janeiro fica em sétimo lugar entre os 27 estados brasileiros, com 65,4 ligações para cada 50 mil mulheres. Já o Piauí (5,8 atendimentos para cada 50 mil mulheres), o Acre (21,5) e o Maranhão (22) têm menos denúncias.
De acordo com pesquisa feita pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), em todo o País, o número de atendimentos a mulheres vítimas de agressão dobrou no primeiro semestre de 2008 em relação ao mesmo período de 2007.
Segundo a Central de Atendimento à Mulher (telefone 180), de janeiro a junho foram registrados 121.891 atendimentos, contra 58.417 em 2007 ? um aumento de 107,9%.

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